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sábado, 1 de outubro de 2011

Resumo - A descolonização da África e da Ásia


A descolonização afro-asiática não foi um processo homogêneo, ocorrendo de duas maneiras: a pacífica e a violenta.
No caso da via pacífica, a independência da colônia era realizada progressivamente pela metrópole, com a concessão da autonomia político-administrativa, mantendo-se o controle econômico do novo país, criando, dessa forma, um novo tipo de dependência.
As independências que ocorreram pela via da violência resultaram da intransigência das metrópoles em conceder a autonomia às colônias. Surgiam as lutas de emancipação, geralmente vinculadas ao socialismo, que levaram a cabo as independências.  






Com o advento do capitalismo comercial, na Era Moderna, a América tornou-se a área onde a exploração colonial foi mais intensa. Mas nem por isso os europeus abandonaram as relações comerciais e o domínio político sobre  a Ásia.
Na segunda metade do século XIX, em razão das necessidades de mercado geradas pela segunda Revolução Industrial e em face das independências das colônias americanas, a Europa volta-se novamente à Ásia, impondo o neocolonialismo.
As disputas entre as potências européias pelos territórios afro-asiáticos desencadearam a  Primeira Guerra Mundial. A Europa saiu enfraquecida da guerra, perdendo sua hegemonia para os Estados Unidos.
A crise do pós-Primeira Guerra na Europa foi acentuada ainda mais pela crise de 1929, que repercutiu nas áreas coloniais com o agravamento das condições de vida dos colonos, que iniciaram greves e revoltas contra as metrópoles européias. Esses movimentos coloniais foram contidos à força, mas acabaram resultando no nascimento de um forte sentimento nacionalista que se traduzia no desejo de independência.
Após a Segunda Guerra Mundial, a Europa declinou completamente, sendo dividida em áreas de influência entre EUA e URSS. O enfraquecimento da Europa significou o fortalecimento do nacionalismo e o crescimento do desejo de independência. Desejo esse que passou a se apoiar na Carta da ONU, que reconhecia o direito à autodeterminação dos povos colonizados e que fora assinada pelos países europeus (os colonizadores).
Em 1955, vinte e nove países recém-independentes reuniram-se na Conferência de Bandung, capital da Indonésia, estabelecendo seu apoio à luta contra o colonialismo. A Conferência de Bandung estimulou as lutas por independência na Ásia.


Os Dez Princípios da Conferência de Bandung



1.Respeito aos direitos fundamentais, de acordo com a Carta da ONU.
2.Respeito à soberania e integridade territorial de todas as nações.
3.Reconhecimento da igualdade de todas as raças e nações, grandes e pequenas.
4.Não-intervenção e não-ingerência nos assuntos internos de outro país (Autodeterminação dos povos).
5.Respeito pelo direito de cada nação defender-se, individual e coletivamente, de acordo com a Carta da ONU.
6.Recusa na participação dos preparativos da defesa coletiva destinada a servir aos interesses particulares das superpotências.
7.Abstenção de todo ato ou ameaça de agressão, ou do emprego da força, contra a integridade territorial ou a independência política de outro país.
8.Solução de todos os conflitos internacionais por meios pacíficos (negociações e conciliações, arbitragens por tribunais internacionais), de acordo com a Carta da ONU.
9.Estímulo aos interesses mútuos de cooperação. Respeito pela justiça e obrigações internacionais.
10.Respeito pela justiça e obrigações internacionais.

Terminada a Segunda Guerra Mundial, Estados Unidos e União Soviética passaram a liderar os dois grandes blocos, capitalista e comunista. Dentro do contexto da Guerra Fria, buscaram a expansão de suas áreas de influência. Nesse sentido, passam a ver nos movimentos de independência afro-asiática a possibilidade de ampliar sua influência política nas novas nações.
Na descolonização da África algumas coisas mudaram e outras permaneceram:


Independência da Índia

A resistência dos indianos contra o domínio inglês era antiga, Mas depois da Primeira Guerra Mundial essas lutas ganharam fôlego e direção. Durante essa guerra, a Inglaterra pediu à Índia matérias-primas e soldados e, em troca, prometeu maior autonomia administrativa aos hindus. Os hindus aceitaram e cumpriram sua parte; a Coroa Britânica não.
A decepção com os ingleses, o desemprego nas cidades e a existência de milhões de camponeses sem terra facilitaram a penetração das ideias de Gandhi, o principal líder da luta pela independência na Índia.
Para combater a dominação britânica, Gandhi propunha a resistência pacífica por meio de uma solução original: a desobediência civil. Ou seja, recomendava aos indianos que não pagassem impostos e não comprassem produtos ingleses e também desobedecessem às leis que os discriminavam dentro de sua própria terra. O objetivo era não cooperar com os colonizadores, isolando-os e enfraquecendo-os.
O principal partido de oposição ao domínio inglês na Índia era o Partido do Congresso, fundado no final do século XIX e liderado por Gandhi e Nehru. Os muçulmanos (24% da população da Índia na época) eram liderados por Mohammed Ali Jinnah. Esses três líderes defendiam a não-colaboração com o colonizador inglês.
Quando a Segunda Guerra Mundial explodiu, os indianos negaram-se a participar dela. Com o fim da guerra aumentaram os movimentos populares pela independência. Agravou-se também o conflito entre hindus e muçulmanos, que propunham a formação de um Estado separado da Índia.
Pressionado pelos indianos e desgastado pelo conflito contra o nazismo, o governo inglês reconheceu a independência da região. Pela Lei da Independência, aprovada em 15 de agosto de 1947, o território da Índia ficava dividido em dois países: República da Índia, de maioria hindu, e República do Paquistão (Oriental e Ocidental), de maioria muçulmana. Em 1971, o Paquistão Oriental constituiu um país separado, Bangladesh.
Mapa da descolonização da colônia inglesa.


Formaram-se três países: Índia, Paquistão e Bangladesh.
Obs.:É importante destacar que embora Gandhi pregasse a não-violência, a Inglaterra reagiu violentamente, havendo, portanto, mortes e brutalidade.


Independência da Indochina


A região da Indochina (Vietnã, Camboja e Laos), era controlada pela França desde 1859 sob administração de Napoleão III. Já no século XX, mais precisamente em 1939, é organizado o Vietminh, liderado por Ho Chi Minh, utilizava táticas de guerrilha visando a independência do primeiro país aqui citado, lutando primeiramente contra os japoneses, invasores do local no contexto da Segunda Guerra Mundial.


Após um dos conflitos bélicos mais conhecidos da história, grande parte da Indochina volta a ser controlada pela França. Entretanto, no pedaço norte do Vietnã, é organizado em setembro de 1945 a República Democrática com o governo apresentando-se como socialista. Os europeus não reconheceram a nascente administração e tinham planos de recolonizar o local. Assim, tudo levava a crer que uma nova guerra na região estava por acontecer.


Conhecida como Guerra da Indochina, os franceses foram humilhantemente derrotados por tropas locais lideradas pelo general Nguyen Giap, nas batalhas que duraram de 1946 até 1954. Com isso, na Conferência de Genebra, os europeus perdedores tiveram de reconhecer a independência do Vietnã, Laos e Camboja.

Uma nova guerra



Após a vitória diante aos franceses foi organizado no Vietnã dois governos: o norte, marxista, comandado por Ho Chi Minh; e o sul, monarquia pró-ocidental, controlada por Bao Daí. Contudo, logo em seguida o imperador foi afastado, sendo também proclamada a República no local.


De acordo com a Conferência de Genebra, haveria uma eleição, em que a população decidiria sobre a unificação do Vietnã ou não. E em pesquisas realizadas no sul, davam Ho Chi Minh, governante do norte, como vitorioso, obtendo grande aceitação em ambas as regiões. Apoiado pelos estadunidenses, Ngo Dinh Diem, cancelou as eleições e organizou uma verdadeira ditadura militar contrária a junção.


Já no ano de 1960, é criado no sul a Frente de Libertação Nacional (FLN) – mais conhecidos como Vietcongues . Nesse momento, os norte-americanos estavam envolvidos nos conflitos, e na gestão do presidente John Kennedy são enviados ao local cerca de 10 mil homens, com o discurso de que os guerrilheiros recebiam auxílio bélico e financeiro dos nortistas. No governo de Lyndon Johnson, Washington intensifica o envio de tropas para o combate.


Com a guerra, a população civil local foi a principal afetada. Verdadeiros massacres ocorreram em aldeias sul-vietnamitas, matando principalmente mulheres e crianças. O lançamento de bombas de Napalm e desfolhantes químicos também foram armas utilizadas pelos estadunidenses, que nos noticiários de TV da época eram mostrados suas sucessivas derrotas, gerando descontentamento e manifestações contrárias ao conflito, que buscavam o retorno dos soldados aos Estados Unidos.


Por fim, apesar do alto grau do poderio bélico, os norte-americanos retiraram-se aos poucos da guerra sem alcançar a vitória. O Acordo de Paris, organizado e datado de 1973, pelo secretário de Estado dos Estados Unidos, Henry Kissinger e por Le Duc Tho, representante do Vietnã do norte, colaborou para o fim das batalhas. Em 1975 os Vietcongues tomaram Saigon, que no ano seguinte passou a se chamar Ho Chi Minh, reunificando o país com o nome de República Socialista do Vietnã, com capital em Hanói.

16 comentários:

  1. Obrigado ao blog me ajudou muito !! Espero que continuem assim ! Fuiz

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  2. Ola, gostaria de saber como a Asia e a Africa conseguiram se "livrar" do Imperialismo!

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    1. Olá, obrigada pela visita, hoje postei um novo texto sobre o Imperialismo, espero que te ajude!

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  3. Olá,se vc precisar de um remake no seu blog mantenha contato,com rosana-lima13@hotmail.com,vi que seu blog falta muitas coisas. bjs

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Ótimo resumo, muito bem explicado obrigado!

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  6. Olá, estou fazendo um seminário escolar e queria saber se posso utilizar algumas imagens que foi utilizado nesse blog, posso?

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